terça-feira, 15 de setembro de 2015

Árvore da Yoga


Hoje tivemos uma aula teórica na Yoga, durante ela a professora transmitiu conhecimentos sobre as normas éticas da Yoga, e a verdade é que essa aula pareceu ter sido feita para mim. Enquanto a professora explicava cada uma das normas eu pensava: O que estou fazendo com minha vida??? 

Ando com meus pensamentos muito agitados desde que eu e o Lucas terminamos, estou sentindo muita dificuldade para aquietar minha mente, focar nos meus estudos ou mesmo meditar. Existem muitas palavras em minha mente que ficam passando e repassando, muitas palavras engolidas que gostaria de colocar pra fora, e toda vez que penso nelas meus sentimentos transbordam e assim escorrem pelos meus olhos.

Eu já estava decidida, iria escrever uma carta e entregar a ele. De uma vez por todas faria com que tais palavras chegassem a quem elas são objetivadasEu estava ciente de cada uma dessas palavras e do impacto que isso traria na vida do outro, pois elas vinham de forma agressiva e na intenção de machucar, mesmo que sendo postas de forma bonita no papel. Já tive uma seção em que a Réa me ajudou a perceber como as utilizo, e dessa vez eu sabia exatamente como estava pretendendo usá-las.

Depois da referida aula eu consegui enxergar com mais clareza, ver além daquelas palavras destrutivas. Eu consegui entender o que estava fazendo e me desprender dessa ideia de que ele teria que entender o quanto eu estou sofrendo, que afinal de contas era esse o objetivo central da carta. A verdade é que se ele é realmente uma pessoa boa ele sabe o quanto estou sofrendo e assim como eu ele não está bem com isso, se eu enviasse a carta só o faria sofrer mais. E se ele não for a pessoa que eu penso que é, só irá alimentar as sombras dentro de si. Mas acima de tudo eu percebi que cada vez que pensava, cada vez que iniciava a formular a carta em minha cabeça, quem sofria mesmo era eu, e somente eu. Eu estava me submetendo a relembrar os momentos mais intensos de nossa relação, bons ou ruins, eu estava me agarrando em algo que já se provou inúmeras vezes que não deve ter continuidade.


Aparigraha


Com a certeza a norma que mais me chamou atenção foi Aparigraha. Já tem um tempo que venho junto com a Réa tentando trabalhar o desapego, e que apesar da grande dificuldade que encontro no meu percurso, percebo que pouco a pouco vou evoluindo. Desde criança sempre fui muito apegada às pessoas e coisas que julgava serem minhas, e sofro de mais quando percebo que não tenho controle sobre elas.  

Durante meu relacionamento não foi nada diferente, cada vez que o via se afastar era uma dor insuportável, como se alguém estivesse arrancando uma parte de mim. A separação me afetava de mais, meu corpo adoecia. Gastrite, diarreia, vomito, insônia, falta de fome, dores de cabeça, entre outros sintomas que apareciam para me lembrar de que ele não estava mais por perto. Minha cabeça fez um ótimo trabalho para me manter junto a ele, mesmo que fosse através da dor que restou.

Para que esse relacionamento realmente acabasse e que eu pudesse enfim me desapegar da presença dele precisei anteriormente de 04 tentativas. Ainda está difícil, a fome nem sempre se apresenta, o sono também some em alguns momentos, mas estou em pé, e caminhando. Procuro não olhar para trás apesar de ter alguns momentos muito difíceis, às vezes caio na dor insuportável que as lembranças me trazem, mas sinto que estou evoluindo, pois eu levanto e continuo minha estrada.